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O livro "Democracia e Comunicação Social - um debate introdutório para a era digital", que agora se publica, corresponde ao conjunto de contributos dos oradores que participaram numa iniciativa com a mesma designação, baseada na realização de dois workshops em linha: O primeiro, promovido no dia 26 de fevereiro de 2021, com caráter preparatório e exploratório, vocacionado à interação entre agentes interessados, agentes institucionais e a academia para que se pudesse estabelecer o estado empírico do tema em análise; O segundo, realizado no dia 5 de março de 2021, tendente à promoção de uma reflexão científica e de investigação, ainda que de caráter preliminar e introdutório. A premência inerente à realização desta atividade e a consequente produção deste livro decorreu da atualidade do tema que lhe deu mote, com impacto significativo na forma como os cidadãos veem o mundo. Afinal, nos dias que correm, as plataformas digitais, agora também usadas como veículos de informação inerente ao setor da comunicação social, têm a suscetibilidade de desempenhar, cada vez mais, uma função pública ao serem percecionadas como estando ao serviço da liberdade de expressão e da pluralidade de ideias. Plataformas como o Facebook ou o Twitter, com forte incidência e parca concorrência nas correspetivas áreas de atuação, bloqueiam frequentemente conteúdos, perfis e utilizadores, decidindo quem pode publicar e o que pode ser publicado, usando algoritmos para o efeito, cujo funcionamento pode ser pouco transparente para os utilizadores. Acresce que estas são plataformas muitas vezes usadas para difundir opiniões controversas, mensagens de ódio, mas também para dar voz a grupos de cidadãos que, de outro modo, não a teriam ou, pelo menos, não teriam a possibilidade de fazer chegar as suas opiniões a um número tão alargado de leitores. Assim, as plataformas têm a capacidade de influenciar não só o que os utilizadores compram, mas também a sua forma de pensar e ainda como exercem o seu voto, o que levanta sérias dificuldades jurídicas que demandam a regulação urgente de forma a compatibilizar a manutenção da liberdade de imprensa e o alteamento da democracia numa era marcada pelas interações digitais.

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La légitimité et son contraire, l'illégitimité, ne sont en réalité que des instruments de conquête, de conservation et de contestation du pouvoir. S'appuyant sur la pensée de Max Weber, Yves Mény rappelle que cette notion multiforme et changeante repose avant tout sur une croyance, celle d'une juste domination des dominants sur les dominés. La légitimité est au coeur de tous les régimes politiques, sans exception. Au nom d'un dieu, d'une vérité, du peuple, de la nation, tous cherchent à se justifier. Même les autocraties les plus sanglantes ont besoin de faire croire qu'elles sont nécessaires. Quant aux démocraties, elles font de cette notion un usage extensif et souvent abusif si l'on en juge par la fréquence des procès en illégitimité et des remises en cause du choix des urnes. La légitimité et son contraire, l'illégitimité, ne sont en réalité que des instruments de conquête, de conservation et de contestation du pouvoir. S'appuyant sur la pensée de Max Weber, Yves Mény rappelle que cette notion multiforme et changeante repose avant tout sur une croyance, celle d'une juste domination des dominants sur les dominés.

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Zahlreiche bürgerliche Revolutionäre haben im 18. Jahrhundert die Demokratie begrifflich aufgewertet. Mit diesem Wandel ging aber ein zweiter einher: Die Demokratie wird zur repräsentativen Form umgedeutet, was dem demokratischen Prinzip jedoch entgegen steht. Repräsentationssysteme sind mit einer aristokratischen Rekrutierung des Amtspersonals per Wahl und der Abgabe politischer Macht an Repräsentanten nur eine elitäre »Alternative«. Philip Dingeldey analysiert diese fundamentale Umdeutung der Demokratie, die mit einem aristokratischen Republikkonzept verbunden ist und keine Weiterentwicklung der klassischen Demokratie mit der direkten, freien und gleichen Selbstgesetzgebung der Bürgerschaft darstellt.

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O livro "Democracia e Comunicação Social - um debate introdutório para a era digital", que agora se publica, corresponde ao conjunto de contributos dos oradores que participaram numa iniciativa com a mesma designação, baseada na realização de dois workshops em linha: O primeiro, promovido no dia 26 de fevereiro de 2021, com caráter preparatório e exploratório, vocacionado à interação entre agentes interessados, agentes institucionais e a academia para que se pudesse estabelecer o estado empírico do tema em análise; O segundo, realizado no dia 5 de março de 2021, tendente à promoção de uma reflexão científica e de investigação, ainda que de caráter preliminar e introdutório. A premência inerente à realização desta atividade e a consequente produção deste livro decorreu da atualidade do tema que lhe deu mote, com impacto significativo na forma como os cidadãos veem o mundo. Afinal, nos dias que correm, as plataformas digitais, agora também usadas como veículos de informação inerente ao setor da comunicação social, têm a suscetibilidade de desempenhar, cada vez mais, uma função pública ao serem percecionadas como estando ao serviço da liberdade de expressão e da pluralidade de ideias. Plataformas como o Facebook ou o Twitter, com forte incidência e parca concorrência nas correspetivas áreas de atuação, bloqueiam frequentemente conteúdos, perfis e utilizadores, decidindo quem pode publicar e o que pode ser publicado, usando algoritmos para o efeito, cujo funcionamento pode ser pouco transparente para os utilizadores. Acresce que estas são plataformas muitas vezes usadas para difundir opiniões controversas, mensagens de ódio, mas também para dar voz a grupos de cidadãos que, de outro modo, não a teriam ou, pelo menos, não teriam a possibilidade de fazer chegar as suas opiniões a um número tão alargado de leitores. Assim, as plataformas têm a capacidade de influenciar não só o que os utilizadores compram, mas também a sua forma de pensar e ainda como exercem o seu voto, o que levanta sérias dificuldades jurídicas que demandam a regulação urgente de forma a compatibilizar a manutenção da liberdade de imprensa e o alteamento da democracia numa era marcada pelas interações digitais.

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